Cine Cult: O Rato que Ruge - a versatilidade de Peter Sellers

Peter Sellers foi um dos atores mais versáteis que o cinema já teve. Atuando em diversos gêneros, se destacou na comédia.
“O Rato que Ruge” (The Mouse That Roared, 1959) é a prova de seu talento. Apesar de não estar entre seus filmes mais famosos, como a série “A Pantera Cor-de-Rosa” e “Um Convidado Bem Trapalhão”, consegue ser tão engraçado quanto os demais.

 
Para começar, esta adaptação da obra homônima do escritor irlandês Leonard Wibberley conta a estória do Grão-Ducado de Fenwick, o menor país do mundo, localizado nos Alpes, entre a França e a Suíça. A única fonte de riqueza é a exportação de vinho para os Estados Unidos. Mas a falsificação de um vinho semelhante, produzido na Califórnia, fez com que os americanos parassem de comprar, levando Fenwick a uma grave crise econômica.
Então, o primeiro-ministro Conde Rupert Mountjoy tem uma idéia para salvar o país: declarar guerra aos Estados Unidos. Tendo como experiência as ajudas que os americanos concederam aos derrotados da Segunda Guerra Mundial, Fenwick seria rapidamente derrotado e teria suas exportações garantidas novamente. Um grupo de camponeses são recrutados para servirem de soldados e enviados aos Estados Unidos, sob comando de Tully Bascomb, para serem presos e mandados de volta.
Mas tudo dá errado quando a tropa acaba “vencendo”, levando para Fenwick como reféns um general, alguns policiais e, principalmente, um cientista, sua filha e a superbomba Q.
Sellers interpreta nada mais nada menos que três personagens: o primeiro-ministro, Bascomb e a Duquesa Gloriana XII. E como sempre, sua atuação é brilhante. Helen Kokintz, a filha do cientista, foi representada pela atriz Jean Seberg.
Para completar, a abertura, que começa com uma paródia da tradicional abertura da Columbia, foi criada por Maurice Binder, mestre na área, responsável pelas famosas sequências iniciais de 14 filmes de James Bond.
Em 1963 foi realizada uma continuação, também baseada em um livro de Wibberley, chamada “The Mouse on the Moon”. Entretanto Peter Sellers se recusou a retornar aos papeis, tendo sido substituído por Terry-Thomas.
Obviamente “O Rato que Ruge” é bem diferente das comédias atuais. Influenciada pela temática da Guerra Fria, serve como fino exemplo do humor que imperava no cinema na década de 50. E é claro, como uma boa diversão.